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segunda-feira, 17 de maio de 2010
À beira da «mbuanja»?
Fonte: Semanário Angolense
Intriguista, arrivista, sem história na UNITA nem es-tatura política nacional são os adjectivos que Abel Chi-vukuvuku reserva ao seu colega de partido Cláudio Silva, depois deste último ter sugerido que ele estaria comprometido com um suposto plano de desestabilização do partido do Galo Negro gizado pelos serviços de inteligência do Estado angolano. Cláudio Silva, dirigente da UNITA e membro do gabinete de Isaías Samakuva, comentou desta maneira as alegações segundo as quais Abel Chivukuvuku estaria a ganhar terreno a Isaías Samaku-va nas preferências dos militantes do maior partido da oposição do país, algo que o Semanário Ango-lense reportou na última edição. Cláudio Silva considerou que tudo quanto estava a acontecer não passava de uma cabala de-sencadeada pelos serviços de inteligência do Estado, nome-adamente da Casa Militar da Presidência da República, com o objectivo de levar a confusão nas hostes da UNITA e antecipar o seu congresso ordinário. «Existe sim, uma corrente dos serviços de inteligência do Partido/Estado que pretende uma UNITA mais soft afastada dos seus princípios, objectivos de luta e valores. Para tanto, esta corrente, através de elementos seniores da Casa Mili-tar, pretende influenciar ou forçar a substituição da actual direcção da UNIT, e particular do seu presidente eleito. Por isso, preci-sa que a UNITA antecipe o seu congresso, o XI, estatutariamente previsto para 2011. Esta corren-te utiliza elementos da direcção da UNITA na sua estratégia, os quais poderão incluir o Dr. Abel Chivukuvuku», diz Cláudio Sil- va a determinado passo das suas declarações estampadas por este jornal. Na sua reacção, em curta nota que fez chegar à Redacção do Se-manário Angolense, Abel Chi-vukuvuku diz por seu turno que Cláudio Silva está à procura da legitimidade que lhe falta no seio da UNITA, chamando a atenção para o facto de ele ter abandona-do outras formações políticas. «O Sr. Cláudio Silva, que num passado recente já abandonou outras formações políticas, busca agora a legitimidade que lhe falta no seio da UNITA. Cláudio Silva, que não tem história neste parti-do, nem estatura política nacio-nal, vem hoje arrogar-se proferir insinuações maliciosas e inten-cionais contra reputados mem-bros da Direcção da UNITA», diz Abel Chivukuvuku na sua nota, para depois acrescentar: «A ati-tude intriguista e arrivista do Sr. Cláudio Silva não é irreflectida, tão-pouco ocasional; ela está cla-ramente ao serviço de interesses que visam inviabilizar a UNITA, o que não surpreende os obser-vadores atentos da vida política nacional». Ao que se sabe, Cláudio Silva faz parte dos quadros dirigentes recém-ingressados na UNITA. Pertenceu à extinta Frente para a Democracia, por quem deu a cara na campanha para as primeiras eleições realizadas em Angola, em Setembro de 1992. Deixou essa formação política em cir-cunstâncias envoltas em alguma obscuridade e foi para o estran-geiro estudar. A sua ascensão na UNITA tem vindo a fazer-se essencialmente neste segundo mandato de Isaí-as Samakuva como presidente do partido. Logrou mesmo incrus-tar-se na sua «entourage», sendo uma espécie de «cérebro» do res-tritíssimo núcleo de conselheiros de Samakuva. Tem veia legislado-ra e administrativista; ambiciona ser o secretário-geral da UNI-TA, cargo actualmente exercido por Abílio Camalata Numa, que foi um dos principais cabos-de- guerra de Jonas Savimbi. Na presente edição do SA, Cláudio Silva reitera as insinua-ções que fez relativamente a Abel Chivukuvuku. Em «carta aberta» que dirigiu ao editor-chefe do jor-nal, Severino Carlos, ele vai mes-mo mais longe, aludindo a um «comportamento marginal» no seio da UNITA. «Defendo que, enquanto, pela sua conduta, Abel Chivukuvuku ou qualquer outro membro não trabalhar de forma leal à UNI-TA – isto é, gastar o seu tempo e energias a combater a oligarquia e não a UNITA – estará a fazer o jogo do adversário da UNITA. O Comité Permanente da Comissão Política – órgão máximo no inter-valo dos Congressos – admoestou já dois dos seus membros que fo-ram identificados como mento-res ou autores de uma campanha junto dos media desenvolvida ao arrepio das normas estatutárias para causar danos à UNITA. Um destes membros é o Dr. Abel Chi-vukuvuku». Cláudio Silva volta, assim, à carga, não se sabendo se será o prelúdio de um «pingue-pongue» com Abel Chivukuvuku. Prova-velmente não será, a avaliarmos pela contenção que este revelou na sua nota-resposta, que o leitor poderá ler na íntegra, assim como a «carta aberta» de Cláudio Silva. Porém, foi com alguma estra-nheza que se soube que Cláudio Silva não integrou em nenhuma ocasião a comitiva do presidente da UNITA nas visitas de campo que este realizou na última se-mana. Não acompanhou Isaías Samakuva na Ingombota nem no Rangel e na cadeia-hospital de São Paulo. Fontes familiarizadas com o assunto asseguraram ao Semaná-rio Angolense que essa ausência configura uma ocorrência inusu-al, já que Cláudio Silva é, junta-mente com Domingos Maluka, o que se pode considerar um «habi-tué» no séquito do presidente da UNITA. Há quem não perca de vista uma eventual «dessintonia» entre ele e o líder do partido nes-te episódio. Esquivo, Maluka não emitiu um pio sobre o assunto, ao passo que Cláudio Silva ter- se-á exorbitado nas insinuações que faz de uma colagem entre os serviços de inteligência e notáveis dirigentes da UNITA. Isso mesmo foi desvaloriza-do pelo analista político Justino Pinto de Andrade quando na pas-sada segunda-feira, 10, na Rádio Ecclesia, procedia à sua habitual resenha às principais matérias publicadas pelos jornais de fim- de-semana. Para piorar, nesta edição do Semanário Angolense, além da resposta de Abel Chivukuvuku, Cláudio Silva tem contra si as de-clarações de Alexandre Dias dos Santos, exonerado do cargo de se-cretário municipal da UNITA do Sambizanga. Já se pode ir dizen-do que falta pouco para instalar- se completamente a «mbuanja» (confusão em umbundu)
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