quinta-feira, 14 de agosto de 2025

 O SACO DE KUMBÚ QUE NÃO ME ACHOU


Diz o comunicado do SIC de hoje sobre dois russos que andavam a fazer turismo criminal por Angola:
"Esses cidadãos entregaram avultadas somas de dinheiro, em moeda nacional e estrangeira, a jornalistas, políticos, associações profissionais e produtores de conteúdos digitais para dar suporte à sua acção."
Não sei se essa tal “acção” incluía mísseis, memes ou geopolítica tropical, mas a palavra “avultadas” bateu fundo. E bateu não pelo peso moral, mas pelo peso no bolso… do bolso dos outros, claro.
Sim, eu, produtor de conteúdo digital que acompanha a guerra Rússia–Ucrânia desde o primeiro estrondo e dado a versão russa, fiquei de fora do banquete, não recebi nem um mísero rublo. Zero. Nada. Népia.
Nem uma moeda de chocolate. O saco passou, distribuiu, fez amigos, e eu? Eu fiquei a acenar da berma da estrada, como criança que perdeu o autocarro escolar.
E não venham dizer que foi por prudência legal porque até onde vejo, nenhum dos beneficiados está a refrescar os tornozelos numa cela. Pelo contrário, andam leves, soltos e talvez com a carteira mais gorda.
Resta-me a dúvida existencial: isso foi sorte deles… ou o meu azar é tão grande que nem para suspeito eu sirvo?

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