quinta-feira, 29 de maio de 2025

 Carta Aberta: Em nome do mérito e da verdade



Ao acompanhar a divulgação dos nomes que irão receber honrarias por ocasião dos 50 anos de Independência de Angola, sinto-me compelido a partilhar uma reflexão que nasce, não da vaidade, mas da consciência do que representei — e continuo a representar — na construção desta Nação.


Durante décadas, servi Angola com dedicação e coragem, tanto nas forças de de defesa e segurança, onde enfrentei riscos de vida reais, como no setor civil, onde abracei causas maiores que o conforto pessoal. Dormi inúmeras vezes em viaturas para garantir, com o rigor técnico necessário, o sucesso de varios processos eleitorais cruciais para a nossa democracia. Fui ainda pioneiro na instalação da Internet a nível nacional — uma transformação silenciosa, mas de impacto profundo para o progresso e modernização do país.

Não busquei protagonismo, apenas cumpri, com zelo e patriotismo, as missões que me foram confiadas. Talvez a minha maior “falha”, aos olhos de alguns, tenha sido nunca ter pertencido ao partido que sustenta o regime mas militei nas suas organizações juvenis. Mas acredito e continuarei a acreditar que servir Angola deve ser critério suficiente para reconhecimento, independentemente de filiações políticas.

Não escrevo estas linhas em busca de reparações, mas em nome do mérito, da memória e da justiça. Que, ao celebrarmos 50 anos de independência, possamos também celebrar todos aqueles que, no silêncio ou nas sombras, deram o melhor de si por esta pátria.

Com respeito e esperança,
Artur Graça Cussendala
Funcionário público Reformado

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